A importância dos media nos processos de aprendizagem

Os media invadiram as nossas vidas de uma forma avassaladora, da qual não nos podemos dissociar e como em tudo, ou aprendemos a tirar o melhor proveito dela, ou então estaremos a falhar no nosso papel de professores.
O conceito media pode ser considerado tudo aquilo que facilita a comunicação (Marshall McLuhan). Como tal, a utilização dos media, é sem dúvida, crucial no processo de ensino- aprendizagem.
Não está comprovado que os media favoreçam a aprendizagem, mas podem ser considerados facilitadores desta, pois ajudam-nos a chegar mais perto dos alunos, quer pela motivação que estas fomentam nos mais novos, mas também pela rapidez com que podemos agilizar o processo de ensinar.
Apesar dos media serem uma mais-valia na prática docente, é necessário que se tenha um conhecimento de como os utilizar, de nada serve o instrumento em si, se não soubermos dar o seu devido uso. O papel da tecnologia é facilitar e nunca dificultar a comunicação. Isto é um ponto crucial na sua utilização e, sem dúvida, um dos maiores entraves para a sua aplicação. Os professores necessitam de investir muito tempo em formação, ou autoformação, para poderem usufruir das potencialidades dos media. Não podemos contentar-nos com o saber adquirido no nosso percurso académico, temos de aprender todos os dias, temos de nos atualizar e principalmente sermos capazes de acompanhar e adaptarmo-nos a novas situações.
Como tal, também não podemos simplesmente aperfeiçoarmo-nos num media e deixar para trás todos os outros, sabendo, que num determinado conteúdo, existe um media que poderá resultar melhor do que outro. É também importante a multiplicidade, porque o que hoje é novidade, pode motivar o aluno, mas ao fim de alguma utilização, o aluno pode perder o interesse.
Quando falamos nos media, falamos também nas várias categorias em que estes podem ser agrupados. De acordo com Trindade, temos cinco grupos de discursos com diversas linguagens e suportes, com características próprias e que atuam de diferentes formas no processo de aprendizagem. Todos eles são importantes, e como tal, todos devem ser utilizados na nossa prática docente. O discurso scripto, o mais utilizado no ensino, que consiste no texto verbal, texto alfanumérico, pintura, fotografia, em formato estático, tais como livros, revistas e jornais, tem vindo a perder um pouco o seu lugar de destaque. Os livros têm vindo a ser substituídos por e-books, por documentos em formato digital, de fácil atualização e acesso, e mais económico. Com o surgimento dos tablet quem sabe não chegamos ao dia que a utilização dos cadernos e livros nas escolas se torne obsoleto?
O discurso informo consiste na utilização de equipamentos informáticos dando a possibilidade de armazenar, tratar e processar a informação, permitindo posteriormente a sua visualização das mais variadas formas. Não sendo este considerado um discurso híbrido, pode agrupar alguns dos outros discursos. Este discurso é, aquele que, a meu ver, está em grande evolução, em contraste com o discurso scripto. Os computadores estão cada vez mais acessíveis a todos, e por sua vez, de uma utilização cada vez mais fácil e intuitiva. Aqui, poderemos falar da evolução que o hardware e o software têm sofrido ao longo dos anos. A nível de hardware, nota-se uma diminuição ao espaço físico e um aumento na performance. A nível de software, a evolução é ainda mais significativa, com o evoluir das linguagens de programação, desde a linguagem máquina até às linguagens de alto nível, cada vez mais próximas da nossa linguagem comum.
Olhando para a minha prática docente, posso dizer que, na maioria, utilizo o discurso informo, pois o material das aulas é produzido por mim (na área da informática, normalmente não adaptamos manuais, porque estes encontram-se desatualizados), em formato digital tais como: apresentações multimédia, processador de texto, eventualmente em outros softwares. Também costumo disponibilizar o material na plataforma Moodle, pelo que recorro muito pouco ao discurso scripto, a não ser para a realização dos testes, e apenas quando são teóricos e não sejam realizados no computador.